Ela todo dia, na mesma hora, pegava o seu rolo de lá e pacientemente com a sua agulha fazia um nó e depois outro e depois outro. Ele de longe a observava e um dia se interessou na sua tarefa e pegou um fio de outra cor e junto a ela por um tempo teceram nó traz nó. Todo dia ele ia e passava algumas horas com elas, as vezes não conseguia mas arranjava um jeito de ir lá e tecer mais um pouquinho, só pela vontade de ver ela.
Ao faze-lo juntos a tarefa tomou outras nuances, outras cores, as vezes ela tagarelava uma música, outras ele olhava ela nos olhos e suspirava. Com o tempo se apaixonaram e deixaram que o tempo passasse enquanto teciam a sua história.
Um belo dia, um dos rolos acabou e ele precisava encontrar outro, nesse momento ele saiu de perto e foi busca-lo. Nesse afastamento ele se distraiu com outras coisas, a sua vida, as suas dificuldades. Ela o perdeu de vista e ficou ali esperando, mas continuou a sua tarefa de nó por nó, sem entender o que estava acontecendo, porque demorava tanto?
Ela tinha bem claro o que estava fazendo, a colcha estava ficando linda, e a cada nó era plasmado nela um momento de alegria, de histórias, de comidas, de cafê, de músicas, de risadas. Aquela colcha que um dia decoraria o seu quarto que ela planejou sozinha mas que agora ao ter a cor dele, tinha virado o plano deles sem que ele o soubesse. Mas ele não sabia do seu plano, não via o todo, para ele eram apenas nós.
O tempo passou e ela terminou a sua obra, ele ainda não voltava. Então, ela parou e pergunto:
- Ele voltaria?
- Não, ele respondeu.
Fim.
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