Era Outubro de 2021, depois de um ano de pandemia, voltávamos aos poucos a ter contato com pessoas e eu pessoalmente, desenvolvi resistencia a grupos grandes. Nessa época, não me achava bonita, estava dedicada à maternidade, ao casamento e ao trabalho e eu realmente acreditava que sem mim o mundo cairia e estava gorda, hinchada, pesada, levando o mundo nas minhas costas fazia anos.
Por convite da minha terapeuta, decidi mergulhar no meu feminino em buscas de respostas. Esta decisão não veio da noite para o dia, foi fruto de anos de autoconhecimento e de uma vontade enorma de mudança, mas sem saber muito bem por onde começar.
O Flor&Ser na época foi uma viagem ao desconhecido de mim mesma, um se aventurar no escuro para encontrar a própria luz e na luz a gente passa a enxergar coisas que antes não via, as teia de aranha das questões abandonadas porque doem, porque machucam.
Eu era essa mulher, doce sim, mas rigida, dormida por fora e por dentro, cansada, dura, controladora. E essa mulher chegou nesse mergulho de coluna travada.. não conseguia andar, se mover, se mexer de tanta rigidez em si mesma.
Outubro de 2021 - Flor&Ser
Voltei a casa me sentindo diferente, perdida e então, decidi reforçar a terapia e mergulhar ainda mais, me apoiando nas mulheres na minha volta e nos meus filhos. Decidi investir no meu feminino, equilibrar o ying e o yang e olhar para as feridas, para os cantos escuros de mim mesma.. vieram mudanças de fora, as energias externas se mexendo para eu mudar e a força que conseguia para movimentar, ela não era suficiente para conseguir sustentar. Então, fui lá de novo, buscando desta vez focar no que eu precisava deixar morrer em mim. Quais partes eu precisava deixar para poder seguir em frente, aquelas mascaras que não cabiam mais em mim e outras que eu começava a experimentar.
Maio 2022 - Flor & Ser
Muitas mudanças vieram depois deste segundo movimento, desta vez me entreguei ao fluxo e através de constelações e trabalhos emocionais consegui entender o que se passava por mim, as emoções e travas que existiam em mim e deixei morrer um pouco de mim no processo e me conciliei comigo mesma por deixa-las morrer. Tempo depois veio o inevitável, as mudanças, os ciclos se fechando, a dor, o choro, a partida de partes de mim que morreram e não conseguia carregar mais.
Setembro de 2023 - Flor&Ser
E esta sou eu, no ultimo mergulho, com meu ying e yang equilibrado, sereno.. quanta leveza enxergo nesta Mayra, quanto trabalho feito até aqui, dentro e fora de mim, quanta renovação e alegria de dentro.. o caminho não tem sido fácil, mas faria tudo de novo.. o futuro? bem, neste flor&ser trabalhamos o renascimento de dentro para fora.. então, estou renovada e como se fosse uma página em branco. Gratidão à vida por esta oportunidade, aos meus filhos pelo tempo para poder mergulhar em mim e pela paciencia comigo.
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